sexta-feira, 1 de abril de 2011

O Arquipélago de São Pedro e São Paulo

O Arquipélago de São Pedro e São Paulo (ASPSP) está localizado nas coordenadas: Lat 00º 56’N e Long 029º 22’W, distando aproximadamente 610 km do Arquipélago de Fernando de Noronha, 1.010 km de Natal, no Rio Grande do Norte e 1800 km de Dacar, no Senegal (África). 
Das diversas ilhotas que configuram o Arquipélago de São Pedro e São Paulo, cinco destacam-se pelo maior porte: Belmonte, São Pedro, São Paulo, Barão de Teffé e Sirius. São constituídas por rochas ígneas de profundidade. Essa constituição geológica, extremamente rara, é  um afloramento do manto sub-oceânico que se eleva de profundidades abissais – em torno de 4.000 metros – culminando a poucos metros acima da superfície, sendo o mesmo resultante de uma falha da Dorsal Meso-Atlântica. 

Diante das características expostas, depreende-se que o ASPSP além de constituir um ecossistema único para o desenvolvimento de pesquisas científicas nas áreas de meteorologia, geologia e oceanografia, incluindo os seus componentes físicos, químicos e biológicos, possui uma grande importância ecológica, econômica, social e estratégica para o país. Em vista disso, a Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (CIRM), pela resolução nº 001/96, de 11 de dezembro de 1996, aprovou o Programa Arquipélago de São Pedro e  São Paulo (PROARQUIPELAGO) e criou um Grupo de Trabalho Permanente para ocupação e pesquisa no ASPSP, que teve como principal propósito a instalação de uma Estação Científica na ilha principal (Belmonte), inaugurada em 25 de junho de 1998 e reestruturada em 2008.

Ocupar permanentemente o Arquipélago de São Pedro e São Paulo é uma estratégia político-econômica e científica, considerando o caráter de exclusividade da exploração dos recursos naturais a partir da consolidação das milhas territoriais brasileiras (Zona Econômica Exclusiva – ZEE) e da criação de infraestrutura adequada à permanência dos pesquisadores. O programa pressupõe uma edificação principal contemplando um dormitório com dois beliches, banheiro, laboratório, sala de estar/comunicação, cozinha e varanda, totalizando uma área aproximada de 50 m2, além de pequenas edificações anexas, destinadas ao depósito de combustíveis e outros equipamentos e materiais.
A Ilha Belmonte, apesar dos seus 5.380 m2, não permite muitas explorações terrestres, pois grande parte de suas áreas são restritas ou intangíveis, por questões de segurança. As ilhotas maiores (Belmonte, São Paulo, São Pedro e Barão de Teffé) estão separadas entre si por estreitos canais, que formam uma enseada em forma de ferradura, com dimensões médias de 100 m de comprimento, 50 m de largura e 6 m de profundidade, que constitui um verdadeiro aquário gigante de espécies tropicais.
O transporte entre Natal e o ASPSP é feito por meio de barcos fretados pela SECIRM para esse fim exclusivo, cabendo ressaltar que, além do transporte, os referidos barcos permanecem nas imediações do arquipélago em tempo integral para prestar apoio aos pesquisadores em situações anormais e de emergência. Esses barcos possuem alimentos e água armazenada em grande quantidade, equipamentos de comunicações
compatíveis com os do arquipélago e uma guarnição experiente e adestrada. Salvo situações específicas, 
o barco, que possui 14 m de comprimento, 3 m de largura (boca), e velocidade ~ 13 km/h costuma sair de Natal pela manhã, chegando ao Arquipélago no início da tarde do 3º dia. (Fontes: Manual do Pesquisador ASPSPPassadiço e UFRGS).
Segunda feira inicio esta jornada. Só espero não passar tão mal quanto da outra vez... escrevo novamente de lá!

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