sábado, 16 de abril de 2011

16 de abril - Chuva, atividades sísmicas e uma tartaruga (Aleluia!)

Este post começa narrando os fatos da madrugada, quando uma segunda super pancada de chuva atingiu o arquipélago. Choveu muuuuuito forte, mas como uma chuva de verão, sem raios nem trovões. Eu que já estava dormindo, meio que acordei com alguns barulhos das pessoas fechando a janela e conversando, mas como me contaram, do mesmo jeito que eu abri os olhos pra ver o que estava acontecendo, eu fechei novamente e continuei dormindo (consciência tranquila e anjo da guarda de plantão dá nisso...). Hoje pela manhã, quando acordei (antes de todo mundo) percebi que o chão do quarto, da cozinha e da sala estavam completamente encharcados. Algumas roupas e meu protetor solar estavam no chão. Estranho... Logo o pessoal se levantou e fiquei sabendo da mega chuva que tinha caído, e como nós deixamos a casa toda aberta dia e noite, a chuva entrou por todos os lados até alguém acordar e fechar as janelas. Os pescadores disseram que próximo de virar a lua cheia é assim mesmo. Mas a chuva não explicava minhas coisas no chão, e foi então que um dos colegas de expedição contou que sentiu um tremor antes da chuva cair, que havia caído um copo na cozinha e essas coisas no quarto. As atividades sísmicas aqui são constantes, já que estamos bem em cima de uma falha que está "abrindo" o oceano atlântico. Os registros mostram que existem movimentos o tempo todo, mas são tão sutis que a maioria é imperceptível, e realmente, até agora eu não senti nadica de nada.


Passado esta emoção do início de dia, fomos mergulhar esperançosas, já que o vento mudara de direção. Apesar do dia cinza e carrancudo, a água já estava melhor e logo de cara avistamos uma turtle bem grandinha, ~1m de casco, que também deu um olé na Maíra e sumiu! Nas águas do ASPSP, os animais são muito ariscos, pois não estão acostumados com a presença de humanos, isso dificulta um pouco mais as capturas. Mas como somos brasileiros e não desistimos nunca, permanecemos na procura. De repente Maíra me entrega às pressas sua câmera e nada atrás de alguma coisa. Adivinhem, outra turtle!  Pequenina desta vez, e sem saber dar olés, senti um grande alívio quando a vi nas mãos dela. Eis a primeira! Agora só faltam 5 em 7 dias. Pensamento positivo! Pensamento positivo! Depois dos procedimentos de amostragem (detalhes em breve), me dei conta que estava bem mareada. Focar os olhos numa atividade manual, quando se está chacolejando num bote, é ótimo para marear. (Que m...!). Mas tudo bem, a gente supera essa também. 
Além da tartaruga amostrada, o que me valeu o dia foi ver a expressão de surpresa e espanto de Pepe, o pescador que dirigia o bote, ao descobrir a vida planctônica! Depois de passarmos a rede de plâncton, passamos a amostra para um pote, e mostramos aos pescadores aquele monte de pontinhos coloridos se mexendo desenfreadamente. "Tudo isso aí ta vivo mesmo?" "E o mar parece que está limpo aqui!". Gente, ver aquele olhar de descoberta, de fascinação pelo novo, é uma das coisas mais bonitas que existem. Sou muito grata por esse momento. 



À tarde o mar piorou e ficamos em casa, fazendo uma faxininha pra secá-la, rs. Também decidimos fazer um pavê para os pescadores, já que que aos domingos eles fazem um churrasquinho pra descontrair. E como esses pescadores são nossos guardiões dia e noite, nossos informantes meteorológicos, nossos motoristas e nossos companheiros de expedição, eles merecem!

Observações:
Hoje vimos xaréus imeeensos. 
Aqui existem muitas aves com a asa quebrada. Dá muito dó vê-las assim e não poder fazer nada :S
Eu e Maíra não vamos no churrasco, porque vai ser no barco. Eca 3 vezes: carne, diesel e balanço do mar.
Acho que hoje não chove.
Ainda bem que nos exercitamos bastante aqui, porque o cuscuz nordestino e a tapioca estão muito presentes nas refeições! Nhammy!

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