quinta-feira, 21 de abril de 2011

21 de abril - Mais uma raia e a terceira turtle!

Hoje o dia foi super! Apesar do céu estar cinza e nubladão, e o vento estar constante, as águas do cabeço estavam calmas e quente. Este foi o primeiro mergulho que não senti nenhum frio. Só não estava perfeito porque a água estava muito turva, havia muuuuuiiiito plâncton, nem pareciam águas oceânicas, mas não vamos reclamar, já que ontem nem pudemos cair...
Como o mar estava sussa hoje, ficamos lá de boa esperando alguma tartaruga aparecer. Elas costumam ficar entocadas nas rochas lá em baixo, comendo ou descansando, e com a água turva é impossível encontrá-las, só quando elas saem para respirar é temos chance de capturá-la. E nessa espera de nada pra cá e pra lá em cima do cabeço, quem apareceu foi outra raia! Lindona, ela era menos tímida que a anterior, e se aproximava muito da gente. Desta vez, pude nadar sobre ela por um bom tempo, tendo a chance de observar bem de perto seu dorso, suas rêmoras, as marcas deixadas pela sucção... Lindo! Lindo! Lindo! E ela permanecia nadando calmamente sem se incomodar com nada. Abri meus braços, num impulso de imitá-la, e me dei conta que ela era bem maior que eles. Foi difícil de Maíra fotografá-la, porque ela queria se aproximar mais e mais. Arrisquei um mergulho por baixo dela, e pude ver seu ventre branco e as fendas branquiais de muito perto!  Esses momentos são muito emocionantes, não tem como descrever isso aqui... 



Depois da raia, voltamos a procura das tartarugas, e depois de mais de 1 hora mergulhando, foi que Maíra avistou uma. Foram aproximadamente 20 minutos acompanhando-a para encontrar o momento ideal para a captura, e eis que ela aparece nas mãos de Maíra. Ela era bem grande, quase uma adulta, com seus 75cm de casco e 44 quilos!! Colocá-la para dentro do bote deu um trabalhinho, ainda bem que Seu Antônio e Seu Aristides (dois dos nossos amigos pescadores) estava lá pra fazer força, porque com o balanço do mar e a altura do bote, não é fácil não. Mas deu tudo certo, e agora estamos na torcida por mais duas tartarugas apenas (reduzimos nossa meta, rsrs...).


Ah, ainda vimos um cadurme enorme de peixe voador que se aproximou, eu acho o máximo ficar dentro do cardume vendo peixes por todos os lados, que se afastam com o menor movimento que você faz. O peixe voador é utilizado como isca na pesca do atum. A noite os barcos navegam de luzes apagadas até determinado lugar, e acendem todas as luzes do barco de uma só vez (parecendo uma árvore de natal). Neste instante os voadores começam a sair da água, e "voam" em direção às luzes, caindo dentro do barco. Mas aqui no ASPSP, parece que os atuns aprenderam identificar o peixe iscado do peixe solto, porque apesar dos cardumes serem vistos com frequência, a pesca está bem fraca, para azar dos nossos amigos pescadores. Em 12 dias de estadia, eles pescaram menos de 300 quilos de pescado, entre atum, peixe prego, cação e cavala (sendo que já pescaram nessas águas mais de 15 toneladas/período). O mais antigo da embarcação disse não ter visto tão pouco peixe em 10 anos de pesca no arquipélago. Alguns dizem na quaresma a pesca cai mesmo, outros que só se pesca o que Deus quer. Penso na sobre explotação dos recursos pesqueiros e na meta do governo federal de aumentar o esforço de pesca ainda mais... medo. Penso que o mar não está pra peixe, e nem pra tartaruga.

Observações:

- Nossa previsão é de deixarmos o arquipélago na segunda feira (25) bem cedinho. Tá passando muito rápido, tem só mais 3 dias!!!!
- O tubarão baleia ainda não apareceu

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